Relatos de uma Vida

Parte 9
Relato de uma Vida - Recomeço da mesma História 
Tudo isso machucou-me muito, com o passar do tempo aquela tristeza se transformou em raiva, e depois em ódio da minha própria mãe, sentia-me muito rejeitada. Passei por tudo calada, não tinha coragem de desabafar com ninguém e só me sufocava com aqueles maus sentimentos, e lembranças amargas do passado.

Quando me dei por conta estava perdida novamente, mesmo de obreira, sofria e não pedia ajuda. Então, aos poucos deixei sujar o meu coração, comecei a ter maus olhos para com as outras obreiras, voltei a ver vultos, ouvir vozes, ver pessoas mortas, ter desejo de suicídio, e fiquei dois anos nessa situação. Quem olhava para mim achava que estava tudo bem, pois era muito dedicada no que fazia na igreja, mas por dentro só eu sabia como eu realmente estava. Consequentemente, não tinha mais vontade de vestir o uniforme de obreira, e dava sempre uma desculpa.

Estava tão perturbada que cheguei ao ponto de querer sequestrar uma obreira para torturá-la até à morte, e pensava, “eu vou para o inferno, mas ela vai junto!” e desejava o seu sangue. Cada dia que se passava eu piorava, mas ainda tive uma chance.

Era um domingo de Santa Ceia e naquele dia não fui à igreja pela manhã, à noite resolvi ir, mas não consegui tomar a Ceia, estava inquieta e não via a hora de ir embora. Lembro que quando já estava no fim da reunião, fui logo para a porta de saída, mas para minha surpresa, no instante que ia saindo o pastor ainda no altar disse: “a obreira que está saindo aí, espera só um minuto, pois quero falar com a senhora”, naquele momento o meu corpo começou a tremer, e cheia de ódio disse baixinho: “desgraçado! Não acredito.”, queria sair correndo dali, mas não tive outra escolha a não ser aguardar.

Continua...


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