Relatos de uma Vida

Parte 5
Relato de uma Vida - Infância Roubada

Na adolescência tinha os meus sonhos como qualquer outra mocinha, ter um namorado, noivar, casar, entrar de branco na igreja, mas o “Capinha”, o meu amigo imaginário, não me deixava aproximar de nenhum rapaz, e fazia-me ficar com desejos contrários, desejos por mulher. A única vez que podia interessar-me por homens era se ele fosse casado. Eu era uma moça bonita, de belos cabelos longos e boa aparência, mas não era feliz na vida sentimental. Sentia um vazio imenso dentro de mim e era muito solitária. Era muita depressão para uma pessoa só, durante várias noites e até semanas ficava num quarto escuro, não saia para nada. E por esse meu comportamento cada vez mais era rejeitada pela minha mãe, ela dizia que tinha vergonha de ser minha mãe, e só aumentava a minha mágoa, desejava que ela não existisse, e queria que ela pagasse todo sofrimento que eu sentia.

Cada lágrima que eu derramava o meu amigo imaginário dizia que ela ia pagar. Eu chorava secando as lágrimas e desejando o sangue dela. O meu amigo imaginário falava toda a noite, de madrugada: “ela não gosta de ti, ela prefere os teus irmãos, então faz isso para provoca-la, faz aquilo que ela não gosta, faz ela pagar tudo”, e eu seguia todas as suas ordens.

Desde pequena que ele deixava bem claro que eu era só dele, e aproximava-se de mim e fazia coisas que eu nem entendia direito, mas dava-me prazer. Ele dava-me de um lado, mas estragava a minha vida do outro, além disso, tinha desejos só por ele, e ele tinha duas faces, algumas vezes era como homem e outras vezes como mulher, e assim sentia-o na minha cama como se fosse uma pessoa normal e fazia o que queria com o meu corpo.

Consequentemente passei a ter desejos por mulheres, vestia-me com roupas bem largas, cabelo preso e andava como homem.

Continua...


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